Os créditos de carbono são uma ferramenta importante na luta contra as alterações climáticas, mas poucas pessoas compreendem a sua origem e como se tornaram uma parte importante da política ambiental global.
Para compreender quem criou os créditos de carbono, precisamos primeiramente recuar ao final do século XX, quando as preocupações com o aquecimento global e os seus efeitos começaram a se intensificar por todo o mundo.
Origens do Crédito de Carbono
A ideia dos créditos de carbono remonta ao Protocolo de Kyoto, um acordo internacional assinado em 1997 para estabelecer metas de redução de gases com efeito de estufa para os países em desenvolvimento.
O protocolo reconheceu a necessidade de se criar um mercado de comércio de emissões onde os países possam comprar e vender créditos de carbono para cumprir as suas metas de redução de emissões.
Protocolo de Kyoto e os Mecanismos de Flexibilidade
O Protocolo de Kyoto introduziu três mecanismos flexíveis que permitiram aos países atingir as suas metas de redução de emissões de forma mais eficiente e económica: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o Comércio de Emissões (CE) e a Implementação Conjunta (CI).
- Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo permitiu que países desenvolvidos financiassem projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento e recebessem créditos de carbono em troca. Isto facilitou a transferência de tecnologia limpa e ajudou os países em desenvolvimento a crescer de forma mais sustentável.
- Comércio de emissões (CE): O CE permitiu que os países desenvolvidos comprassem e vendessem licenças de emissão de dióxido de carbono entre si para cumprirem de forma mais eficaz os seus objetivos de redução de emissões. Criou um mercado global de carbono onde as emissões de dióxido de carbono poderiam ser comercializadas como qualquer outra mercadoria.
- Implementação Conjunta (CI): Com a CI, os países desenvolvidos podem financiar projetos de redução de emissões em outros países desenvolvidos e compartilhar as emissões de carbono produzidas. Incentivou a cooperação internacional para reduzir as emissões e ajudou a difundir tecnologias limpas.
Países Envolvidos na Criação do Crédito de Carbono
Vários países, tais como os Estados Unidos, países da União Europeia, o Japão e o Canadá, desempenharam papéis fundamentais na criação e implementação de créditos de carbono.
Estes países contribuíram principalmente para o Protocolo de Kyoto e para mecanismos flexíveis, que em conjunto desenvolveram as estruturas e regulamentações necessárias para o funcionamento do mercado de carbono.
Legado e Evolução do Crédito de Carbono
Desde a sua criação, o crédito de carbono evoluiu significativamente e se tornou uma parte essencial das políticas climáticas globais.
O Protocolo de Kyoto foi sucedido pelo Acordo de Paris em 2015, que estabeleceu novas metas de redução de emissões e incentivou a participação de todos os países, não apenas dos desenvolvidos.
Além disso, o mercado de carbono cresceu e se diversificou, e diversas iniciativas regionais e nacionais surgiram em todo o mundo.
Hoje, as emissões de carbono são uma ferramenta amplamente reconhecida, utilizada por empresas, governos e organizações da sociedade civil para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e promover a transição para uma economia de baixo carbono.
O crédito de carbono foi criado como uma resposta às crescentes preocupações sobre as alterações climáticas e o aquecimento global.
Originário do Protocolo de Kyoto, ele se tornou uma ferramenta fundamental na luta contra as mudanças climáticas, permitindo aos países atingirem as suas metas de redução de emissões de forma mais eficiente e econômica.
Embora tenha enfrentado desafios ao longo dos anos, o crédito de carbono continua a desempenhar um papel importante na transição para uma economia de baixo carbono e na proteção do nosso planeta para as gerações futuras.